De antemão aviso que esse post não será como os
anteriores, já que não passei nenhum vexame nem cometi nenhuma gafe. Graças a
Je-sus!
A palavra que define o nosso sentimento com relação à Itália
é: deslumbramento!
Logo de cara a identificação com os italianos se deu por ser
um povo alegre que fala alto e dá gargalhadas. No meu caso tive uma dupla
identificação: por ser brasileira e por pertencer à família Dourado.
Nossa exploração do país se iniciou por Lecce, sul da Itália
– fica no salto da bota no mapa mundi. Chegamos de ônibus numa rodoviária mais
sofrida do que a de João Dourado. Torci logo o nariz e pensei “essa cidade deve
ser uma vila, não deve ter nada de interessante para se ver”. Mas na Itália
nada é simples, tudo é grandioso, imponente. Lecce é minúscula se comparada com
Roma, mas é charmosa, com belas catedrais e praças. É conhecida como a capital do estilo barroco e também como a capital da cultura. Ficamos em uma bela casa, provavelmente uma construção antiga, com o seu teto parecido com o de um castelo medieval. Do quarto para o banheiro andávamos uma tarefa - isso só o povo de João Dourado entenderá -, mas ficamos super satisfeitos com o local, o mais silencioso e escuro em que nos hospedamos.
Ainda em Lecce, tivemos o prazer de desfrutar das companhias super agradáveis de Camilla Martins, Judithe, Breno Lira e Larissa Pedrosa. Trabalhos apresentados, tietamos um pouco as estrelas do congresso e no mais, andamos, curtimos a cidade, per-tu-ba-mos!
De lá, partimos para Roma... Ah, Roma!! A cidade é encantadora, o povo é lindo, a comida é deliciosa, o idioma é gostoso de se ouvir. Vou até repetir aqui as minhas primeiras impressões sobre Roma, já que elas não se desfizeram com o passar do tempo:
"Estou num livro de história!
No Aurélio, não há palavras que me permitam descrever a Roma Antiga. Apenas contemplo.
O italiano que decorei na novela "O rei do gado" não me serve de nada aqui.
Lisboa é linda, Roma 'não sabe brincar'.
A maioria dos pedestres saem de dentro daquelas revistas de moda.
Focaccia foi a primeira imoralidade que eu pude provar até o presente momento".
Logo no primeiro dia, fomos ao Coliseu. A sensação é
realmente indescritível. Um misto de admiração pelo tamanho daquela edificação
e de horror ao imaginar que naquela arena alguns homens foram postos
diante da morte iminente por mera distração dos mais abastados.
Como havíamos adquirido um único autoguia – equipamento
eletrônico em que você tecla o número correspondente ao local onde você se
encontra e ouve os esclarecimentos – Marcus não perdeu a oportunidade de me
aperrear. Para os que não sabem, eu sou super-hiper-mega-curiosa. Nosso
autoguia tinha uma parte parecida com um telefone onde se encaixava um fone.
Marcus ficou com o telefone e eu com o fone de ouvido. Mas o volume estava
baixo, dava mal contato de vez em quando e eu já estava agoniada. Ouvimos a
primeira explicação e quando chegou num determinado momento, o leso ficou
fingindo que já havia começado a instrução. Começou a balançar a cabeça em
sinal afirmativo e a dizer “Massa!” e eu não ouvia nada pelo fone... Dei um
pulo e um grito segurando o seu braço “Eu não tô ouvindo nada”... Foi o
suficiente para uma crise de risos e minha cara de idiota.
No segundo dia fomos ao Vaticano. É simplesmente fantástico!
Não há foto ou vídeo que consigam dimensionar o que vemos com os olhos. A
emoção também é difícil de expressar em palavras. Apenas desejo que todos vocês
tenham a oportunidade de conhecer o Vaticano, seja ateu, religioso, católico,
evangélico... Sou evangélica e me emocionei muito com a Pietà na Catedral de
São Pedro. Na sequência, conhecemos o Museu do Vaticano e a famosíssima Capela
Sistina. O Museu é gigantesco e merece um dia inteiro exclusivo. Lamentamos o
fato de já estarmos cansados e de não conseguirmos dar a atenção que gostaríamos
à todas as obras dos artistas da Renascença.
Em Roma, ainda conhecemos o Pantheon, o Castelo Sant’Angelo –
cenário do filme Anjos e Demônios – , a Praça Navona, com a Fontana dei Quattro
Fiumi, a Fontana di Trevi – que infelizmente estava em reforma –, e o majestoso
monumento à Vitor Emanuel II – uma das edificações mais impressionantes pela
sua grandiosidade. Tudo valeu muito a pena!
Para desacelerar e fechar a Itália: Veneza! Ah, Veneza é única! Há uma
atmosfera de romantismo bem marcante. As pontes sobre os canais são cenários perfeitos para qualquer história de amor. As ruas estreitas nos remeteram à Lecce.
No primeiro dia, pegamos uma chuvinha fina, mas nos dias seguintes o sol apareceu e pudemos ver tudo com muito colorido. As máscaras expostas nas vitrines das lojas como todo artesanato de Veneza são uma atração à parte. O último dia, na praça de São Marcos, tivemos de andar sobre passarelas improvisadas, já que a água estava chegando aos joelhos. Uma pena não poder ter entrado na Basílica nem andado pela praça. A essa altura vocês devem estar se perguntando pelo passeio de gôndola...
atmosfera de romantismo bem marcante. As pontes sobre os canais são cenários perfeitos para qualquer história de amor. As ruas estreitas nos remeteram à Lecce.
Galera, não fomos românticos o suficiente para pagar
80 euros num passeio de gôndola. Sei que é bem imbecil o que vou dizer masssss para nós o valor não justificava. Se fosse um de barco a motor ou um jet ski eu até pensaria duas vezes, mas uma gôndola?! Não nos convenceu.