Minha primeira viagem internacional dispensa qualquer
comentário sobre ansiedade e frio na barriga na véspera, não é? Como faríamos uma viagem no melhor estilo 'mochilão' o peso da bagagem não poderia ultrapassar os 20 kg... A balança do banheiro passou quinze dias servindo apenas para pesar mala :)
Pulemos para o embarque. De Recife voamos para Salvador.
Tempo suficiente para um abará, um acarajé e uma ‘gelada’ para acompanhar. Em
seguida, embarque para Madrid. No salão de embarque, uma passadinha no Duty
Free... nada que nos convencesse a gastar nossos primeiros euros. Uma amostra
de perfume francês aqui outro ali e estávamos prontos para viajar: o avião, o
maior que eu já vi. Quando pensei em proferir qualquer comentário de
‘encantamento’, Marcus tratou logo de me emudecer: “Avião ‘pé-duro’ não tem nem
monitores individuais nas poltronas.” Calei-me.
Quando olhei para o lado, percebi que nossa vizinha de
poltrona não conseguia afivelar o cinto de segurança. Senti um alívio por não
ser a única pessoa naquele avião de 500 passageiros que não tinha familiaridade
com voos. Ajudei a senhorinha e passamos a observá-la durante a viajam. Para
dormir: Dramin. Tomei um comprimido e Marcus outro. Fiquei dopada o suficiente
para abrir o olho e pensar que estava viajando de [ônibus] Planalto na época da
faculdade, quando ia de Campina Grande a Irecê. E eu só pensava: Oxiii, ninguém
vai descer não pra eu dormir em duas poltronas?
Chegamos bem, andamos uns dois quilômetros dentro do
aeroporto de Madrid, comprei lanche sozinha, adquirimos o chip para ligações e
internet em toda Europa, e seguimos para Lisboa, nosso destino final. Fomos
recepcionados pela extraordinária, viajada, culta, elegante, cheirosíssima Maria
Helena, que gentilmente nos apresentou a cidade, mostrou sua ‘casa-mundo’ e nos
ofereceu petiscos e um jantar ‘master chef’: entrada de bacalhau com camarão,
pato com peras ‘bêbadas no vinho do porto’ e uma sobremesa ‘pedacinho do céu’,
deliciosa!
Em seguida, conduziu-nos ao hotel Jerônimos 8, ao lado do
Mosteiro dos Jerônimos, sem sombra de dúvidas, a melhor localização de Lisboa.
A cortesia da hospedagem de Maria Helena em um hotel 4 estrelas deixou-nos
inicialmente envergonhados e, num segundo momento, eufóricos, já que aquele
seria, de longe, o melhor hotel em que nos hospedaríamos ao longo dos 31 dias
de Eurotrip.
No dia seguinte, acordamos cedinho e seguimos a pé para os principais pontos turísticos da região: Mosteiro do Jerônimos, Praça do Império, Padrão dos descobrimentos, Torre de Belém, etc. Na Torre de Belém, ficamos fascinados com tanta história a um palmo do nosso nariz. Tanto que perdi o guia de Portugal, um livrinho verde e fino onde coloquei o ticket casadinha ‘Torre de Belém + Mosteiro dos Jerônimos’ que visitaríamos na sequência. Desci e subi vários pisos da Torre em busca do livro. Na área livre, avistei o galego mais alto e bem vestido com uma sacola transparente com um livro verde e fino... Pronto: era o meu! Mas que galego safado, roubou meu livro na maior cara dura e ainda deixou de vacilo na bolsa transparente. Encasquetei que era o meu. Fui lá tomar satisfação. Chamei reforços: Marcus! Combinamos que falaríamos primeiro em português e, caso ele não entendesse, falaríamos em inglês. “Moço”. Pelamordedeus, “moço”??? A baianidade me possuiu... Segui: “esse livro, você encontrou onde?”. O rapaz fez cara de paisagem. Marcus emendou a mesma pergunta em inglês, explicando que havíamos perdido um livro parecido. A intérprete particular do rapaz... Oi? Intérprete particular? Ela explicou na língua dele e o galego de 2 metros de altura argumentou que havia trazido da França ao que repetia: Mine, mine! Morremos de vergonha. Mas também com aquela pinta de malandro quem poderia imaginar que ele não roubaria um livro?
No dia seguinte, acordamos cedinho e seguimos a pé para os principais pontos turísticos da região: Mosteiro do Jerônimos, Praça do Império, Padrão dos descobrimentos, Torre de Belém, etc. Na Torre de Belém, ficamos fascinados com tanta história a um palmo do nosso nariz. Tanto que perdi o guia de Portugal, um livrinho verde e fino onde coloquei o ticket casadinha ‘Torre de Belém + Mosteiro dos Jerônimos’ que visitaríamos na sequência. Desci e subi vários pisos da Torre em busca do livro. Na área livre, avistei o galego mais alto e bem vestido com uma sacola transparente com um livro verde e fino... Pronto: era o meu! Mas que galego safado, roubou meu livro na maior cara dura e ainda deixou de vacilo na bolsa transparente. Encasquetei que era o meu. Fui lá tomar satisfação. Chamei reforços: Marcus! Combinamos que falaríamos primeiro em português e, caso ele não entendesse, falaríamos em inglês. “Moço”. Pelamordedeus, “moço”??? A baianidade me possuiu... Segui: “esse livro, você encontrou onde?”. O rapaz fez cara de paisagem. Marcus emendou a mesma pergunta em inglês, explicando que havíamos perdido um livro parecido. A intérprete particular do rapaz... Oi? Intérprete particular? Ela explicou na língua dele e o galego de 2 metros de altura argumentou que havia trazido da França ao que repetia: Mine, mine! Morremos de vergonha. Mas também com aquela pinta de malandro quem poderia imaginar que ele não roubaria um livro?
1º dia de turismo
Locais visitados: Praça do Império, Monumento das
descobertas, Torre de Belém, Praça do Comércio, Castelo de São Jorge.
O que mais nos impressionou? A suntuosidade das
edificações encrustadas de pura história, a oferta escancarada de drogas
(maconha, haxixe, cocaína) no centro da cidade.